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À frente do maior hospital público do Estado, a primeira enfermeira a assumir a direção geral do Hospital Getúlio Vargas (HGV), Clara Leal, fala sobre as conquistas nesse primeiro ano de gestão e dos desafios para os próximos. O maior deles, foi mudar o comportamento dos colaboradores para ampliar o processo de co-responsabilização entre trabalhadores, gestores e usuários.
Clara Leal entende que fazer uma gestão participativa é colocar os diferentes atores para dialogar e encontrar as soluções viáveis. Ela explica que com essa nova fórmula conseguiu mudar a forma de pensar dos colaboradores e aumentou a produção dos serviços,ampliando e melhorando o atendimento aos usuários.
Segundo ela, nesse primeiro ano, entre as metas alcançadas, a redução da fila de espera por cirurgias ortopédicas em 40% foi um dos destaques. Ela explica que a abertura do centro cirúrgico para realizar cirurgias à noite, possibilitou um aumento significativo no número de cirurgias.
A diretora reconhece que não foi somente a ampliação no número de cirurgias que contribuiu para a redução na fila, mas uma melhor organização dos serviços e gerenciamento. “Quando assumimos a direção do HGV, existiam 2.213 pessoas na fila de espera por uma cirurgia ortopédica, hoje o número foi reduzido para 1.324 pessoas”, explica a diretora.
Dentre as metas alcançadas, também estão a Implementação do Serviço de Hemodinâmica após a instalação do 2º equipamento, Implementação do Projeto RUE com 55 novos leitos clínicos, Implementação do Serviço de Endoscopia, aquisição de materiais e equipamentos para qualificação dos leitos da RUE e canalização de gases medicinais em algumas enfermarias e a implantação da Central de Laudos com imagens digitais.
Além de Implantação do Núcleo de Saúde do trabalhador, do Serviço de Patologia Cirúrgica, adequação física de algumas enfermarias das Clínicas Ortopédica, Médica e Cirúrgica I, reforma da sala destinada à Psicologia e sala destinada ao Acolhimento Familiar da Organização de Procura de Órgãos e Tecidos para transplantes (OPO) e Unidades de Terapia Intensiva (UTI´s), aquisição de 100 novos colaboradores e Implantação de 2º equipe de médicos clínicos plantonistas.
Novos desafios
Ainda com o objetivo de reduzir a fila de espera de diversos pacientes que aguardam por um procedimento cirúrgico eletivo, foi aprovado na última reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), o Projeto de Implementação das Cirurgias Eletivas do Hospital Getúlio Vargas (HGV).
O projeto visa atender à Portaria nº 1.340 de 29 de julho de 2012 do Ministério da Saúde (MS), que define a estratégia de aumento dos procedimentos cirúrgicos eletivos em algumas especialidades. As áreas contempladas serão as de ortopedia, vascular, urologia e otorrinolaringologia. Cerca de 500 pacientes aguardam por cirurgias no Ambulatório do Hospital nessas áreas.
Para Clara Leal, isso representa um grande ganho para o usuário que será beneficiado com uma maior oferta de procedimentos nas áreas de ortopedia, com cirurgias de reconstrução de joelho e colocação de próteses de quadril. Na área de urologia, cirurgias de próstata e na vascular, os procedimentos serão de para varizes. Já na Otorrinolaringologia, as cirurgias de adenóide e amídalas serão ofertadas.
A partir do próximo mês de maio, a canalização de gases medicinais chegará a todas as enfermarias do Hospital, viabilizando a ampliação do atendimento a casos mais complexos.
Procedimentos endovasculares
Hoje, o HGV é responsável no Estado do Piauí pelo maior número de embolizações de aneurismas feitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) sem intervenção cirúrgica. Este ano, já foram realizadas 167 embolizações de aneurismas. Em 2014, foram totalizados 679 procedimentos.
Com o apoio do Governo do Estado, através do secretário do secretário da Saúde, Francisco Costa, a diretora explica que HGV caminha para implantar o Serviço de Cirurgia Cardíaca. “A população do Piauí será a maior beneficiada com essa conquista”, enfatiza.
Foco na Política Nacional de Humanização
Desde o dia primeiro de outubro de 2014, todos os pacientes do Hospital passaram a ter direito a acompanhante. A medida faz parte de uma adequação á Política Nacional de Humanização-PNH, que permitiu às pessoas doentes e/ou hospitalizadas terem um familiar ao seu lado durante o tratamento.
A decisão foi tomada de forma colegiada, através de discussões em rodas de conversas com membros do Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) e profissionais da área de psicologia, enfermagem e Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).
“Hoje não existe mais espaço para confinar o paciente fora do convívio da família”, pontua Clara Leal. Segundo ela, cuidar é um conceito abrangente que, para além dos tratamentos biomédicos, aponta para a criação de um ambiente relacional que permita à pessoa doente um ambiente com serenidade, confiança e, em conseqüência, uma resposta mais positiva aos tratamentos.
O HGV somente permitia o direito ao acompanhante para pessoas idosas ou alguma deficiência e para menores de 18 anos.
Outro passo importante para um melhor acolhimento dos usuários foi à aquisição de 180 poltronas com o objetivo de dá mais conforto aos acompanhantes.
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